AIM-4 Falcon
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AIM-4 Falcon | |
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Tipo | Míssil ar-ar |
Local de origem | Estados Unidos |
História operacional | |
Em serviço | 1956 - 1988 (AIM-4F/G) |
Histórico de produção | |
Fabricante | Hughes Aircraft |
Especificações | |
Peso | 61 kg |
Comprimento | 1,98 m |
Largura | 508 mm |
Diâmetro | 163 mm |
Peso da ogiva | 3,4 kg |
Velocidade | 3.704 km/h (Mach 3) |
Sistema de direção |
Radar semi-ativo (SARH) e infravermelho (IR) |
O AIM-4 Falcon, desenvolvido pela Hughes Aircraft ao longo de uma década, entre os anos de 1946 e 1956, veio a ser produzido após o terminus da fase de desenvolvimento, para uso da Força Aérea dos Estados Unidos, tornando-se assim a primeira arma guiada para o combate ar-ar ao seu dispor.
Produzido nas versões guiadas por iluminação de ondas radar e por busca de radiação infravermelha. Adotado como arma principal da versão F-4D durante o conflito no Sudeste Asiático, onde mostrou a sua ineficácia contra os altamente manobraveis opositores, revelando a sua aptidão por bombardeiros lentos e de difícil manobra. Acreditado com apenas cinco vitórias, veio a ser rapidamente descartado para uso no F-4 Phantom e substituído pelo eterno e muito mais letal AIM-9 Sidewinder, em uso nos aviões da Marinha e que ainda hoje se mantêm como arma padrão no combate ar-ar de curto alcace, tanto nos Estados Unidos, como na generalidade dos países ocidentais. Contudo o seu desenvolvimento prosseguiu vindo a constituir uma vasta família de mísseis ar-ar, com versões para todos os usos, inclusive o nuclear. .
Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]Designação inicial |
Designação atualizada |
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GAR-1 | AIM-4 |
GAR-1D | AIM-4A |
GAR-2 | AIM-4B |
GAR-2A | AIM-4C |
GAR-2B | AIM-4D |
GAR-3 | AIM-4E |
GAR-3A | AIM-4F |
GAR-4A | AIM-4G |
O seu desenvolvimento teve início em 1946 sob a designação, projeto MX-798 e no qual se previa o estudo tendente a desenvolver um míssil ar-ar subsónico, mas que no ano seguinte em 1947, viu um dos seus requisitoa ser alterado para supersónico, passando assim o projeto inerente a ser designado MX-904.[1]
Entraram ao serviço no ano de 1955 e foram produzidos mais de 45 mil exemplares. Dois tipos de mísseis foram desenvolvidos, quanto ao método de guiamento, o orientado por radar semi ativo e o orientado por cabeça de pesquisa de fontes de calor (infravermelhos), aumentando assim o possível sucesso da missão de interceção, pois não raras as vezes as aeronaves portadoras eram equipadas com os dois tipos de mísseis.[2]
Em 1963 todos os mísseis existentes viram a sua designação alterada de GAR para AIM-4, conforme tabela descritiva á direita.[1]
Variantes
[editar | editar código-fonte]- AIM-4
- Primeira variante operacional, destinada e pensada para abater os lentos e pouco manobráveis bombardeiros estratégicos.[2]
- AIM-4A
- Desenvolvimento da (a anterior) versão original, com uma capacidade de manobra melhorada e uma velocidade ligeiramente superior. Foram produzidos aproximadamente 12 mil unidades.[1]
- AIM-4D
- Desenvolvimento conjunto da Hughes Aircraft e da Força Aérea dos Estados Unidos, tendente a conseguir um míssil orientado por infravermelhos capacitado para enfrentar pequenos e manobráveis alvos em aproximação.[2] Usado no Vietname veio a demonstrar ser ineficaz, devido à sua capacidade de manobra limitada e propensão para queimar partes da fuselagem do avião lançador devido à sua exaustão, cabeça explosiva inadequada e ausência de uma espoleta de proximidade que obrigava a um impacto direto com o alvo. Entre 26 de outubro de 1967 e 5 de fevereiro do ano seguinte foram disparados 54 mísseis os quais conseguiram o derrube de quatro MIG-17 e um MIG-21, sendo descartado como arma padrão do F-4D.[3] Veio a ser concedida a sua produção sob licença à empresa Sueca SAAB que o designou como Rb.28 e o exportou para a Finlândia e Suíça como HM-58.[4]
- AIM-4F/G
- Por vezes apelidados de Super Falcon, são modernizações dos seus antecessores a versão "F" com orientação por radar semi ativo e a versão "G" orientado por fontes de calor.[2] Entraram ao serviço depois de 1960 e foram melhorados ao nível da resistência a contra medidas eletrónicas, velocidade de lançamento, maior alcance e maior altitude operacional, bem como uma clara melhoria no poder destrutivo da cabeça explosiva.[2]
- Outras versões
- AIM-26A/B e AIM-47A
- Embora sejam misseis completamente diferentes e com funções específicas, são considerados da mesma família. O AIM-26A possuía uma ogiva nuclear destinada a derrubar grandes formações de bombardeiros e o AIM-26B era idêntico mas equipada com uma cabeça explosiva convencional, foi também fabricado sob licença na Suécia, sob a designação Rb.27. Quanto ao AIM-47A não passou da fase de desenvolvimento, tratava-se de uma versão de altas performances e grande alcance, destinado a ser usado pelo cancelado YF-12A. Veio a dar origem uns anos mais tarde ao AIM-54 Phoenix.[2]
História operacional
[editar | editar código-fonte]A USAF, utilizou em combate o AIM-4 pela primeira vez no ano de 1967, em plena guerra do Vietname como arma padrão de curta distância do F-4D, substituindo o AIM-9 Sidewinder, até então utilizado no no F-4C. No entanto foi rapidamente descartado, dado o seu desempenho em combate, contra os velozes e altamente manobráveis MIG-17 e MIG-21 ter sido ineficaz. O míssil pensado e desenvolvido para ser usado contra bombardeiros pesados, contra os quais nunca foi utilizado, mostrava assim as suas debilidades.[3]
Contudo nas suas versões AIM-4F/AIM-4G Super Falcon, manteve-se em serviço, como arma padrão dos F-102 Delta Dagger e F-106 Delta Dart, até 1988, quando o último destes intecetores foi retirado. O AIM-4C foi ainda produzido sob licença na Suécia, para equipar os Saab J35 Draken e Saab J37 Viggen, para além dos Mirage IIIS da Força Aérea Suíça.[1]
Utilizadores
[editar | editar código-fonte]- O Canadá adquiriu os AIM-4D, para equipar os intercetores McDonnell F-101 Voodoo, como o míssil apenas ficou operacional dois anos mais tarde em 1963, é provável que tenha sido usada uma outra versão anterior.[5]
- Como país de origem terá utilizado todas as versões do seguinte modo, uso operacional: AIM-4/-4A/-4B/-4C/-4D/-4E/-4F/-4G/-26A/-26B; uso apenas na fase de testes: AIM-4H, AIM-47A, AGM-76A e a utilização por um período limitado da versão experimental XGAR-1B. [5]
- A Finlândia recebeu para equipar os seus Saab J-35 Draken, os Rb.27 e Rb.28 designação Sueca para os AIM-26B (versão de carga explosiva convencional) e AIM-4C respetivamente, cuja produção sob licença foi assegurada pelo construtor aeronáutico Saab.[6]
- O Irão comprou 400 exemplares para equipar os seus F-4D, recebidos ao longo de um ano entre 1968 e 1969. Em 1980 na guerra com o Iraque não foram utilizados. revelando terem sido descartados, permanecendo por um curto período ao serviço da sua Força Aérea.[5]
- O Japão utilizou o AIM-4D para equipar os seus F-4EJ, até estarem disponíveis os mísseis de construção caseira AAM-2, para o que adquiriu 130 exemplares, entregues entre 1971 e 1972. Deixaram de ser utilizados, algures na década de 1990.[5]
- Operou a versão produzida sob licença pela Saab Rb.27, para equipar os também produzidos sob licença pela atual empresa RUAG, Mirage IIIS entretanto retirados.[2]
- Utilizou e produziu sob licença as versões Rb.27 e Rb.28, que correspondem aos modelos, AIM-26B e AIM-4C respetivamente.
- Não existem evidências sólidas de que alguma vez tenham possuído qualquer versão do AIM-4 Falcon, a confusão pode advir dos F-4D da USAF estacionados na Ilha terem sido equipados com o míssil ate estes terem sido descontinuados como armamento do Phantom; ou ainda quando as aeronaves norte americanas se retiraram terem deixado os mísseis. [8]
- Tal como no caso da Grécia recebeu os mísseis para equiparem as 40 aeronaves F-102 Delta Dagger, que estiveram em serviço entre 1968 e 1979.[9]
Especificações
[editar | editar código-fonte]Dados referentes às versões AIM-4A/C/D/F/G:[1]
AIM-4A (GAR-1D) | AIM-4C/D (GAR-2A/B) | AIM-4F (GAR-3A) | AIM-4G (GAR-4A) | |
---|---|---|---|---|
Comprimento (metros) | 1,98 | 2,02 | 2,18 | 2,06 |
Largura (metros) | 0,50 | 0,61 | ||
Diâmetro (metros) | 0,163 | 0,168 | ||
Peso (kg) | 54 | 61 | 68 | 66 |
Velocidade | Mach 3 | Mach 4 | ||
Alcance (km) | 9,7 | 11,3 | ||
Propulsão | Thiokol M58 (foguete combustível sólido) | Thiokol M46 | ||
Ogiva | 3,4 kg de alto explosivo | 13 kg de alto explosivo |
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f Parsch, Andreas. «Hughes AAM-A-2/F-98/GAR-1,2,3,4/AIM-4 Falcon» (em inglês). Directory of U.S. Military Rockets and Missiles. Consultado em 14 de fevereiro de 2013
- ↑ a b c d e f g «WORLD MISSILE SURVEY» (pdf) (em inglês). Flightglobal. Consultado em 20 de fevereiro de 2013
- ↑ a b Guilfoil, John M. Guilfoil (12 de julho de 2012). «AIM-4 "Falcon"» (em inglês). Air Cache. Consultado em 21 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 14 de março de 2013
- ↑ «Hughes AIM-4 Missile» (em inglês). Estrella WarBirds Museum. Consultado em 27 de fevereiro de 2013
- ↑ a b c d O'Connor 2011, p. 62.
- ↑ Gunston 1983, p. 33.
- ↑ Gunston 1983, p. 30.
- ↑ O'Connor 2011, p. 63.
- ↑ «Turkish Air Force - Entered Inventory Airplanes» (em inglês). Website of the Turkish Air Force. Consultado em 18 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 23 de abril de 2012
Fontes e bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Gunston, Bill (1983). An Illustrated Guide to Modern Airborne Missiles (em inglês). Nova Iorque: Arco Pub. ISBN 0668058226
- O'Connor, Sean (2011). Arming America’s Interceptors. The Hughes Falcon Missile Family (em inglês). [S.l.]: Air Power Australia. Technical Report APA-TR-2011-0601. Consultado em 14 de fevereiro de 2013
- Taylor, Michael J. H. (1982). Missiles of the World (em inglês). Nova Iorque: Encore Editions. ISBN 0684165937